A
chanceler alemã, Angela Merkel, vencedora das eleições legislativas, afirmou
nesta segunda-feira (23/09) que está "aberta" para as negociações
para formar um governo de coalizão no país.
Ela
disse já ter feito contato com o Partido Social-Democrata, mas que isso não
exclui falar com outros partidos.
"Estamos abertos para levar adiante discussões (...). Tive um
primeiro contato com o presidente do SPD", Sigmar Gabriel, declarou
Merkel, ressaltando que isso não excluía outros contatos com os Verdes, outro
possível sócio para formar uma maioria no Bundestag.
Gabriel, por sua vez, afirmou que a coalizão "não é
automática" e que cabe a Merkel garantir sua maioria.
Merkel
assegurou seu terceiro mandato à frente da maior economia da Europa, mas não
obteve a esperada maioria absoluta, segundo resultados oficiais parciais.
Ela e seu partido conservador CDU/CSU receberam 41,5% dos votos - um
avanço de quase 8 pontos em relação às eleições de 2009 e o resultado mais
expressivo dos conservadores desde a reunificação da Alemanha, em 1990 - mas a ampla vitória não foi suficiente para
garantir 304 das 606 cadeiras do Parlamento.
Já seu
aliado liberal FDP ficou fora do Bundestag, pela primeira vez na história da
República Federal Alemã, ao não atingir o mínimo de 5% de votos (4,8%).
O partido social-democrata SPD obteve 25,7% de votos.
Os Verdes receberam apenas 8,3% dos votos, perdendo 2,3 pontos em
relação a 2009, e a esquerda radical Die Linke recuou 3,3 pontos, com 8,6%.
O movimento anti-euro Alternative für Deutscheland (AFD), criado na
primavera, ficou próximo de chegar ao Parlamento, com 4,7% dos votos.
O índice de participação foi de 71,5%, acima dos 70,8% registrados nas
legislativas de 2009.
O resultado força a uma aliança com a oposição social-democrata, algo
que não ocorre desde 1957, quando quem estava no poder era o primeiro líder do
pós-guera alemão, Konrad Adenauer.
"Faremos
tudo o que pudermos nos próximos quatro anos juntos para torná-los anos de
sucesso para a Alemanha", disse Merkel aos efusivos membros da CDU, em
Berlim.
"A liderança do partido discutirá tudo quando tivermos um resultado
final, mas já podemos comemorar esta noite", destacou uma sorridente
Merkel a seus simpatizantes, incluindo o marido, o farmacêutico Joachim Sauer,
um fã de música tão raramente visto em público que ganhou o apelido de "O
Fantasma da Ópera".
Física de formação, Merkel é a terceira pessoa a conquistar um terceiro
mandato na História da Alemanha, depois de Adenauer e Helmut Kohl, o pai da
unificação alemã.
Se ela cumprir o mandato pelo menos até 2017, se tornará a líder
europeia mais longeva no poder, superando Margaret Thatcher, que foi
primeira-ministra da Grã-Bretanha por 11 anos.
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